A EqualWeb é uma das soluções líderes globais em acessibilidade digital. Há 8 anos, vem tornando sites e conteúdos digitais acessíveis para pessoas que possuem alguma necessidade ou dificuldade específica para navegar na web.
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Head de Impacto da EqualWeb, Jaques Haber, fala sobre acessibilidade digital no evento RH Summit
Jaques Haber, Head de Impacto da EqualWeb, participou na última semana de uma entrevista com o comunicador Marc Tawil no RH Summit 2021, maior evento online para profissionais da América Latina.
Jaques falou sobre a importância da acessibilidade digital e da inclusão, sobre o papel da EqualWeb hoje no mercado e como tecnologia é capaz de acelerar e ajudar a inclusão na internet.
Separamos alguns trechos dessa conversa. Confira!
Marc Tawil (entrevistador): O que significa a inclusão digital verdadeira que vocês têm promovido?
Jaques Haber: Inclusão digital ou acessibilidade digital é um termo novo, mas super importante no momento que a gente está vivendo de transformação digital. Significa dar acesso para todas as pessoas no ambiente online. Então, você imagina, por exemplo, pessoas que não enxergam, pessoas que não movimentam os braços, pessoas analfabetas, pessoas que vão ficando mais idosas e que tem mais dificuldade para enxergar a tela do celular.
A gente está cada vez mais acessando a internet pela tela do celular, mas qual é o problema disso? A tela é pequena. Não é todo mundo que enxerga e que tem acesso ao conteúdo. Então, no momento que a gente está vivendo de aceleração da transformação digital, é importante que a gente pense na acessibilidade digital, que são os recursos necessários para que todas as pessoas possam acessar os conteúdos dos sites.
Marc Tawil (entrevistador): Interessante… porque a gente está muito acostumado com as redes sociais e, claro, elas já trazem alguns recursos como uma segunda tela ou as hashtags #pracegover #pratodosverem para explicar o que está ali na foto. Mas isso é para quem não enxerga… Mas e para quem não escuta ou alguém que não tem um braço ou mobilidade reduzida? O que vocês provêm e o que está sendo feito hoje de mais moderno em questão de site? Minha pergunta é: como, na prática, isso acontece?
Jaques Haber: Bom, a EqualWeb é uma tecnologia de inteligência artificial. Então, ela é desenvolvida em Israel, que tem já a fama de desenvolver tecnologias que servem as pessoas.
Acho que tem uma questão que a gente está cada vez mais dependente da tecnologia. Então, a tecnologia é uma ferramenta essencial para que a gente possa ter uma vida melhor, com mais qualidade e produtividade. Então, basicamente, o que a tecnologia da EqualWeb faz é adicionar até 31 recursos aos sites.
Aquela hashtag #pracegover #pratodosverem serve para contextualizar a imagem para que uma pessoa que não enxerga possa entender o conceito do que está sendo passado. Mas a EqualWeb vai muito além disso. Ela usa o algoritmo de Inteligência Artificial para transformar um site que foi desenvolvido sem nenhum recurso de acessibilidade em um ambiente inclusivo e acessível, como o leitor de texto, por exemplo. Com a ferramenta, uma pessoa que não enxerga o que está escrito na tela, contará com um recurso que vai ler a tela para ele.
Uma pessoa que não mexe os braços ou que tem grande dificuldade de movimento, passará a contar com o comando de voz e navegar com independência e autonomia. E você sabe que não são só pessoas com deficiência que precisam de acessibilidade. Vou te dar um exemplo: pessoas daltônicas que não enxergam todas as cores. Então, de repente, esse usuário acessa um site que tem um fundo de tela azul, uma letra verde e ele não consegue ter leitura daquele conteúdo. Nesse caso, a EqualWeb tem um recurso que muda a cor que melhor atenda a ele.
Todo esse conjunto de recursos é o que faz com que a EqualWeb transforme qualquer site na internet em um ambiente acessível para todos.
Marc Tawil (entrevistador): Mas no mercado, a conversa está mudando quando se fala de pessoas com deficiência? Hoje elas representam 24% da população brasileira.
Jaques Haber: A conversa está mudando. Acho que o tema está chegando nas instâncias maiores das empresas. Os grandes líderes já perceberam a importância da diversidade e da inclusão. Hoje, falar sobre diversidade e inclusão nas empresas é muito mais fácil. No que tange às pessoas com deficiência, eu acho que ainda é um publico que está bastante invisibilizado. Pois as posições que são oferecidas hoje para PCDs ainda são posições pouco estratégicas e muito operacionais. Mas a gente vem mudando e avançando. E acho que é aí que entra um pouco da tecnologia para acelerar esse processo.
A tecnologia com propósito, que inclui e que serve às pessoas. Então, quando você une tecnologia com os conceitos de inclusão e diversidade, aí sim você consegue acelerar o processo e ganhar escala e mostrar que independente de qualquer característica, todo mundo tem o seu valor, que todo mundo pode agregar para o ambiente corporativo da empresa.
Mas como sair do discurso e ir para a prática? Não adianta dizer: “olha, aqui a gente aceita todo mundo. A gente está enxergando muito mais as competências do que as características de qualquer um. Então, se candidate em nossas vagas”. Mas quando a pessoa vai acessar o site da empresa, esse site já não é acessível. Então, aí já existe um problema de pouca oportunidade ou desvantagem em relação aquele candidato que pode ser qualificado, mas que não consegue se candidatar na vaga por falta de acessibilidade.
Por isso que eu digo que um site é como se fosse uma edificação. Pessoas com deficiência física precisam de acessibilidade no ambiente físico e arquitetônico, como rampa, elevador e uma catraca que dê para passar a cadeira. Imagina que na internet acontece da mesma forma. Se você projeta um site não acessível, você está colocando uma série de barreiras para que aquele candidato possa se candidatar na sua empresa e para que a empresa possa, no fim das contas, sair do discurso e contratar realmente candidatos mais diversos. Por isso que é importante começar a pensar nesses conceitos de unir tecnologia com inclusão, porque é um ótimo caminho para avançar nesse ponto.
Marc Tawil (entrevistador): Como é que tem sido a aderência das empresas quando você trabalha a questão da EqualWeb? As empresas têm recebido de uma maneira positiva a questão da inclusão digital?
Jaques Haber: A gente está falando com muita empresa. O assunto está sendo muito bem recebido, mas ainda é um assunto muito novo. Para você ter uma ideia, eu nunca vi um Head de Acessibilidade Digital ou alguém que garanta que todos os canais da empresa sejam acessíveis para todos. Apesar das empresas estarem avançando no tema, não há ninguém responsável por esse assunto. Parece que o tema ainda não tem dono. E se não tem dono, também não existe verba para fazer com que o site seja acessível.
Mas as pessoas estão gostando muito da tecnologia da EqualWeb, porque ela é simples e resolve de maneira muito fácil um problema que é bastante complexo. Se um site é uma edificação, e se você precisa tornar ele acessível e reformar ele inteiro, isso se torna um projeto muito caro e que leva tempo. Mas quando você adiciona um componente de tecnologia, isso consegue ser feito em questão de minutos a um custo mais acessível.
O fato é que os grandes líderes precisam entender que a acessibilidade digital é bom para o negócio e para a empresa, seja do ponto de vista do RH, porque você consegue ter um funil maior de atração de talentos ou para o employer branding, pois é super importante para você como marca empregadora poder recrutar e atrair os melhores talentos independente se são pessoas com deficiência ou não. Quando a sua loja virtual não tem acessibilidade, ela fecha as portas para 60 milhões de consumidores, já que no Brasil mais de 60 milhões de pessoas precisam de um ou mais recursos de acessibilidade digital.
As empresas querem ser mais inclusivas e mais diversas, mas elas precisam fazer com que a mensagem chegue para todos. Elas precisam se comunicar com todas as pessoas. Não existe sustentabilidade se não for para todos. Não existe inclusão se não for para todos.
A gente foi buscar em Israel soluções que conversassem com o nosso propósito e com tudo aquilo que a gente faz e a gente está realmente encantado de ver a tecnologia trabalhando a favor da inclusão. A gente sabe que se a gente fosse site por site corrigir o código, demoraria uma vida para conseguir transformar isso. E com tecnologia, a gente consegue ganhar escala, acelerar esse processo e torná-lo mais barato. A gente torna acessível a tecnologia também para empresas não tão grandes. Afinal, todo mundo precisa ter acesso à informação.
Marc Tawil (entrevistador): Vocês sempre falam que diversidade é chamar para a festa e inclusão é chamar para dançar. Na prática e na essência das empresas B2B, qual é a diferença entre diversidade e inclusão?
Jaques Haber: Essa frase é maravilhosa, mas acrescentaria mais um pedaço nessa frase. Diversidade é convidar para a festa, inclusão é chamar para dançar, mas pertencimento é você escolher a música que você quer dançar. A empresa tem que começar a enxergar as pessoas além das características. A gente tem que parar de olhar para a diversidade e inclusão apenas como algo social. É social, mas também é estratégico. Tem que gerar valor. Porque no momento que eu tenho representantes de diferentes perfis dentro da alta liderança, é possível entender melhor a dor dos consumidores, colaboradores e stakeholders. Devemos permitir que cada pessoa dance sua própria música dentro da empresa.
Quer conferir a entrevista completa? Acesse: https://app.rhsummit.com/home/live/60cfd6ff2c9fe661afe891b9
E nas próximas semanas, estaremos divulgando trechos do vídeo do evento em nossas redes sociais. Acompanhe!