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Temas como Diversidade e Inclusão têm ganhado cada dia mais espaço no mundo corporativo, mas será que a inclusão está sendo efetiva para todos? 

Com a popularização do ESG (Environmental, Social and Governance), as empresas passaram a dar mais importância às questões relacionadas a assuntos ligados a questões ambientais, sociais e de governança, tanto por entender a importância do tema quanto por entender os reflexos positivos que isso pode trazer.

Mas quando se pensa em agendas de inclusão, é comum que vejamos empresas trabalhando para que minorias específicas passem a fazer parte de seu corpo funcional, mas nem sempre pessoas com deficiência são lembradas. 

Para entender melhor o que leva as corporações a não promoverem a presença de pessoas com deficiência em suas estruturas organizacionais, debateremos neste blog o cenário atual e algumas sugestões de atitudes a serem tomadas para transformar esta realidade. Quer conferir? Continue a leitura!

Cenário da D&I nas organizações brasileiras

Ambientes onde pessoas de diferentes gêneros, etnias, faixas etárias e formações trabalham em conjunto, além de promoverem a diversidade e a inclusão, também permitem que haja maior troca de conhecimentos de acordo com as diferentes vivências e visões, gerando assim trocas mais ricas e criativas para todos os envolvidos. 

Percebendo esse movimento em nossa sociedade, as empresas passaram a implementar agendas de Diversidade e Inclusão em suas pautas, para que seus quadros funcionais fossem formados por pessoas de todos os grupos citados acima. 

Mas será que este movimento está acontecendo de forma orgânica, por entender a importância da presença de mulheres, pessoas negras, pessoas LGBTQIAP+, pessoas com deficiência e idosos em um ambiente que antes era majoritariamente composto por homens brancos de meia idade ou seria apenas uma forma de fazer Diversity Washing?

O termo em inglês que é traduzido de forma literal como “lavagem da diversidade” remete a empresas que se posicionam como aliadas na transformação do cenário pouco diverso que vemos atualmente, mas, na prática, tomam pouca ou nenhuma atitude para alterar essa realidade. 

Vamos observar alguns dados para entender como está o cenário da D&I nas organizações brasileiras:

Gênero

Segundo levantamentos do IBGE de 2019, quando comparamos a presença feminina à masculina no mercado de trabalho, encontramos apenas 54,5% de mulheres assalariadas, enquanto 73,7% dos homens estão empregados. Quando comparado à porcentagem de brasileiros por gênero, este número chama ainda mais atenção, já que o Brasil é composto por 51,8% de mulheres e 48,2% de homens. 

Etnia

Já quando falamos sobre etnia, ainda de acordo com o IBGE, 55% da população brasileira é composta por pessoas negras, mas quando observamos o ambiente corporativo, apenas 1,9% e 2,2% de mulheres e homens negros, respectivamente, ocupam cargos de direção em todo o território nacional. 

Sexualidade

Quando o assunto é a comunidade LGBTQIAP+, o tema se torna ainda mais complexo, pois os integrantes deste grupo enfrentam diferentes tipos de preconceito. Isto ficou mais evidente com os números apresentados pelo Center for Talent Innovation, que apontou que 38% das empresas têm restrições para contratar pessoas LGBTQIAP+, deixando assim cerca de 9% da população fora de muitas corporações. 

Pessoas com Deficiência

Mas em relação à presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, nem mesmo a existência da Lei de Cotas, que obriga que empresas de mais de 100 funcionários contem com 2 a 5% de pessoas com deficiência em seus quadros de funcionários, garantiu que a realidade fosse mais positiva. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2019, menos de 1% das pessoas com deficiência no Brasil estão atuando no mercado de trabalho atualmente. 

Nos últimos anos, muitas empresas estão realizando ações de inclusão para garantir que seus ambientes sejam mais diversos, mas é comum vermos as agendas de inclusão incluírem apenas de vagas voltadas para mulheres, pessoas negras e membros da comunidade LGBTQIAP+, deixando as pessoas com deficiência, mais uma vez, à margem da inclusão. 

Como tornar a inclusão e a diversidade uma realidade

Os números deixam evidente que ainda há muito a ser transformado para que os ambientes corporativos sejam, de fato, diversos e inclusivos. Mas o que será que está atrasando esta mudança? 

Ao observarmos as movimentações do mercado de trabalho nos últimos anos, vemos o surgimento de diversas vagas inclusivas, voltadas para pessoas negras, mulheres, pessoas LGBTQIAP+, mas as pessoas com deficiência seguem sendo esquecidas nesse momento. 

A 1ª Pesquisa de Maturidade em Inclusão nas Empresas Brasileiras para Pessoas com Deficiência, realizada em parceria pelo Instituto Equal e pela ABRh com 49 empresas de alta relevância no cenário nacional, apontou uma preocupação maior em mostrar que contempla a diversidade, do que em realizar ações concretas de inclusão. Isto se evidencia  ao observarmos que 30% das empresas entrevistadas confessaram investir em ações de inclusão apenas devido às obrigações legais de cumprimento de cotas. 

Mas muito além das Leis que exigem a presença de pessoas com deficiência no meio corporativo, é preciso entender a importância deste movimento para que tenhamos uma sociedade mais igualitária. 

De acordo com o último censo do IBGE, pessoas com deficiência representam cerca de 24% da população brasileira e já passou da hora dessas pessoas saírem da invisibilidade e assumirem todos os espaços da nossa sociedade.

Para que espaços sejam convidativos e acolhedores para pessoas diversas, não é necessário apenas que as mesmas pessoas passem a pensar no que as minorias gostariam, mas sim que todas as pessoas possam ter voz para compartilhar suas experiências e tomar frente em relação a projetos relacionados às causas em que estão inseridos, mas também relativas a todas as esferas da sociedade.

Então, além de abrir vagas para pessoas negras, mulheres, pessoas LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência, é preciso ouvir o que essas pessoas têm a dizer, dar espaço para que elas cresçam na empresa e fornecer ferramentas para que elas tenham igualdade de acesso.

Como a EqualWeb pode te ajudar nessa missão

Como vimos ao longo desse blog, o caminho para um ambiente corporativo inclusivo e diverso de fato ainda é longo, mas cada passo conta muito para acelerar essa caminhada. 

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