A EqualWeb é uma das soluções líderes globais em acessibilidade digital. Há 8 anos, vem tornando sites e conteúdos digitais acessíveis para pessoas que possuem alguma necessidade ou dificuldade específica para navegar na web.
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“Acessibilidade digital será a grande tendência, e urgência, para 2021”
O Blog Vencer Limites publica a partir desta segunda-feira, 14, até o dia 31 de dezembro, artigos exclusivos de convidados com as expectativas para o próximo ano. A série começa com o texto do empreendedor Jaques Haber, fundador da iigual e sócio da EqualWeb.
Artigo de Jaques Haber
Em dezembro de 2019, estava em Hong Kong, no epicentro da pandemia que se alastraria pouco tempo depois pelo mundo.
Eu, minha mulher e meus dois filhos andávamos tranquilamente pelas ruas e passarelas de Kowloon e Tsi Sha Tsui admirados por tudo o que víamos, os arranha-céus, os restaurantes com comidas típicas, o movimento nas ruas.
Era a nossa primeira vez em Hong Kong, um sonho antigo, adiado pelo menos duas vezes por conta de ser muito longe, caro e desconhecido.
Mas lá, descobrimos que demoramos muito para ir. Tudo era absolutamente encantador. Lembro de uma rua repleta de mega lojas de marcas de grife como Gucci, Louis Vuitton, Valentino, Prada, Cartier, todas lotadas, com fila na porta. Entramos na Chanel apenas para olhar e ficamos impressionados com a quantidade de chinesas comprando bolsas caríssimas como se fossem pãezinhos em uma padaria. Era uma multidão comprando artigos de luxo.
Máscara? Imagina, quem poderia pensar no que estava por vir.
Mas o Coronavírus já estava por lá, circulando à vontade, discretamente, invisível, sem ninguém para incomodá-lo.
Apertamos botões de elevador, nos aglomeramos com as pessoas, pegamos barco até Macau, comemos em restaurantes, fomos em shoppings, encostamos em corrimãos, usamos banheiros públicos, fizemos tudo o que tínhamos direito e graças a nossa proteção divina não fomos contaminados.
Pouco tempo depois de voltarmos começaram a aparecer as notícias de Wuhan, capital da província de Hubei, na China da onde surgiu o vírus chamado de Covid-19 e que causaria uma pandemia mundial que afetaria a todos de maneira catastrófica.
Quando a OMS declarou a pandemia todas as pessoas tiveram que ficar em casa, resguardadas, em quarentena e evitando a todo o custo o convívio social.
Um mundo isolado, sem contato humano, enfrentando um inimigo invisível, desconhecido com máscaras e álcool gel.
No início de março de 2020 estávamos em lockdown, assustados e sem saber como seria nossa vida dali para a frente.
Como trabalhar, estudar, se relacionar, consumir sem o presencial?
A resposta estava na web e na tecnologia.
Deu-se início a uma aceleração do processo de transformação digital. Em poucos meses avançamos muitos anos nessa evolução.
Nossos hábitos foram forçados a mudar. Descobrimos aplicativos, tecnologias novas. Sinal de internet virou artigo de primeira necessidade. Passamos a consumir mais banda de internet do que comida.
Me lembro da nossa primeira palestra online pelo Teams. Ficamos apreensivos mas no final foi um sucesso.
As empresas também tiveram que se mexer e correr para se digitalizarem ao máximo em tempo recorde, e tiveram que se organizar no home office, ou melhor dizendo, no home everything porque nossa casa se transformou em office, school, restaurant, cinema e tudo mais.
Descobrimos muitas vantagens nesse processo, mas no meio dessa correria deixamos para trás milhões de pessoas.
Mais precisamente cerca de 60 milhões de brasileiros que precisam de algum tipo de recurso de acessibilidade digital para navegar na web.
Acessibilidade digital passou a ser necessidade de primeira ordem, urgência que as empresas não conseguiram prever nem enxergar.
Dos 14,6 milhões de sites no Brasil menos de 1% podem ser considerados acessíveis.
A pandemia revelou um problema estrutural absurdo que a maioria nem havia se dado conta. Muitos não se deram conta até agora.
Como uma pessoa cega faz para acessar um site, se informar, fazer uma compra, por exemplo se não há acessibilidade digital?
Mas acessibilidade digital é importante também para todas as pessoas com deficiência – que de acordo com o último Censo do IBGE de 2010 indicou 45,6 milhões de pessoas com algum grau de deficiência física, visual, auditiva, intelectual ou múltipla – como também para pessoas idosas, analfabetas, daltônicas, com deficiências ou limitações temporárias, entre outras.
Nos próximos 20 anos um terço da população brasileira terá pelo menos 60 anos ou mais. À medida que envelhecemos adquirimos mais dificuldades para enxergar ao mesmo tempo que estamos cada vez mais acessando a internet pelos nossos smartphones e suas telas pequenas.
Estamos diante de um problema social, mas também um problema econômico e de negócios para as empresas.
Na verdade, como prefiro encarar, estamos diante de uma super oportunidade de fazermos a diferença, impactarmos positivamente a sociedade e, também, de uma chance de fazer novos negócios.
Afinal se o site da sua empresa não é acessível você está deixando de se relacionar com milhões de pessoas. Por outro lado, se o seu site é acessível, ainda mais em um universo de total falta de acessibilidade digital, você ampliará seu público e também destacará positivamente a sua marca.
O novo normal é digital. Não tem volta! As empresas que não se atentarem a isso ficarão para trás, naquele velho normal pré pandemia.
As pessoas querem empresas mais humanizadas que se preocupem em gerar impacto social positivo e que deixem legados para a sociedade. O lucro por si só não sustenta mais uma empresa por muito tempo, mas o lucro admirado sim.
E no meio de tantas mudanças que aconteceram e continuam a acontecer eu também tive que me reinventar.
Trabalho há 20 anos com inclusão de pessoas com deficiência na iigual ao lado da minha esposa Andrea Schwarz, desde a época em que éramos um jovem casal de namorados quando Andrea adquiriu sua deficiência e se tornou cadeirante.
Em um primeiro momento ficamos apavorados. Como continuar trabalhando com inclusão, fazendo tudo aquilo que estávamos acostumados a fazer no meio de uma pandemia, em isolamento social?
As respostas foram surgindo aos poucos e entendemos o papel importante da tecnologia para continuarmos com o nosso propósito de construir um mundo mais inclusivo.
Entretanto, além da acessibilidade física e da inclusão no mercado de trabalho, enxergamos a necessidade de levantar a bandeira da acessibilidade digital.
E descobrimos uma tecnologia israelense capaz de transformar qualquer site em um ambiente acessível e inclusivo em questão de minutos, ou como preferimos falar, em apenas um clique!
No meio da pandemia iniciamos uma nova empreitada com a EqualWeb, essa tecnologia que usa inteligência artificial para o bem! Com o propósito de levar acessibilidade digital para a web, ainda mais em um momento como esse.
O processo para tornar o site acessível com a EqualWeb é muito simples. Geramos uma única linha de código para o domínio que ao ser instalada acrescenta ao site até 31 recursos de acessibilidade digital sem alterar layout, desempenho ou segurança.
Trabalhar com essa nova tecnologia facilitou muito o tempo que estamos passando em isolamento social.
A esperança de construir um mundo mais inclusivo a partir dessa solução me deu o ânimo necessário para continuar firme e forte na minha missão e um entendimento de que a tecnologia será também a grande ferramenta para construirmos uma sociedade inclusiva e com oportunidades iguais para todos.
E a grande tendência para 2021 e para os próximos anos na área da inclusão será, sem dúvidas, a acessibilidade digital.
Com tecnologias como essa da EqualWeb não haverá mais desculpas para uma empresa não ter seu site acessível.
E a acessibilidade digital permitirá ampliar imensamente as oportunidades para as pessoas com deficiência.
Enxergo que um dos grandes legados desse ano difícil que passamos será um mundo de mais respeito pelas diferenças, de valorização da diversidade, de humanização das marcas e da tecnologia a serviço das pessoas, e não o contrário.
Compreendi que podemos trabalhar a favor da inclusão de qualquer lugar, presencialmente ou de forma remota, digital, basta apenas saber usar as possibilidades que a tecnologia nos oferece.
E a acessibilidade digital, mais do que uma tendência, é uma urgência! Para que todas as pessoas possam tirar proveito desse novo mundo que estamos descobrindo.
Quando tecnologia se une com inclusão o resultado, é um mundo melhor para todo.
Quer ver a matéria no Estadão? Acesse: https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/acessibilidade-digital-e-a-grande-tendencia-e-urgencia-para-2021/