A EqualWeb é uma das soluções líderes globais em acessibilidade digital. Há 8 anos, vem tornando sites e conteúdos digitais acessíveis para pessoas que possuem alguma necessidade ou dificuldade específica para navegar na web.
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EqualWeb Talk: Ewa e Clairton Thomazi debatem o impacto da acessibilidade digital na autonomia de pessoas com deficiência
Sabemos que a melhor maneira de entender as reais necessidades de alguém é conversando diretamente com essa pessoa. Por isso, criamos o EqualWeb Talks, um espaço de diálogo onde Andrea Schwarz, Ewa Weber e Ewerton Souza têm o prazer de receber convidados especiais para discutir a importância da inclusão e acessibilidade digital em suas vidas, explorar como a tecnologia da EqualWeb tem transformado suas experiências na navegação online, além de abordar outros tópicos relevantes relacionados à inclusão.Nesta edição, nossa Embaixadora Digital, Ewa Weber, terá a honra de receber Clairton Thomazi, assessor da Justiça Eleitoral de Tocantins e Business Partner da EqualWeb. Como pessoa cega, Clairton trará sua perspectiva e vivências únicas, enquanto debatemos o impacto da acessibilidade digital na autonomia e participação das pessoas com deficiências visuais no mundo online.
Estamos entusiasmados em mergulhar nesse diálogo enriquecedor, compartilhar experiências e insights valiosos com nosso público. Quer conferir tudo que foi abordado nesse bate-papo? Confira os tópicos que nossa Embaixadora Digital debateu com o Business Partner da EqualWeb:
- Principais obstáculos da acessibilidade digital para pessoas com deficiências visuais
- Conscientização sobre a importância da acessibilidade digital para empresas
- Medidas que as empresas podem adotar para tornar suas plataformas mais acessíveis
- Impacto da falta de acessibilidade digital na experiência do consumidor com deficiência visual e sua influência na escolha de empresas
- Valorização de empresas que oferecem plataformas acessíveis e seu impacto na imagem e reputação das marcas
- Impacto da tecnologia, como a da EqualWeb, na navegação autônoma de pessoas com deficiências visuais
Ficou curioso? Continue a leitura e confira!
Ewa: Está no ar mais uma edição do EqualWeb Talks e, hoje, eu, Ewa Weber, recebo aqui para um bate papo, Clairton Thomazi, assessor da Justiça Eleitoral de Tocantins e Business Partner da EqualWeb. Para que todos saibam como somos, farei nossas descrições físicas da foto que consta em nosso vídeo.
Vou começar por mim: Sou uma mulher branca, de cabelos pretos, estou vestindo camisa branca com logo da EqualWeb e óculos escuros enquanto faço sinal de positivo com o polegar para cima. Nosso convidado, Clairton Thomazi, pode ser descrito como um homem branco de cabelos pretos, que está vestindo camisa social lilás
Estamos muito felizes em te receber para conhecer sua perspectiva em relação ao impacto da acessibilidade digital na autonomia de pessoas com deficiência visual no mundo online. Seja muito bem-vindo, Clairton!
Clairton: Eu queria agradecer pelo convite para participar desse Talk. É extremamente importante a gente debater as questões relacionadas à acessibilidade, especialmente à acessibilidade nas plataformas digitais, por conta do grande avanço que a digitalização e automação como um todo tem se feito presente na nossa vida. Muito obrigado pelo convite!
Ewa: Então vamos para nossa conversa. Clairton, como uma pessoa cega, eu percebo que além das dificuldades de navegação, existem outras barreiras a serem enfrentadas. Mas queria saber qual a sua perspectiva sobre os principais obstáculos em relação à acessibilidade digital para pessoas com deficiências visuais?
Clairton: Eu sinto assim: a navegabilidade, hoje é uma grande vilã. Mas que pode se tornar um grande apoio pra nós, deficientes visuais e cegos. O que eu vejo assim de maiores dificuldades é relacionado a construção desses ambientes não só de plataformas multimercado, e-commerce, mas a construção desses ambientes voltada, pensada e desenhada exclusivamente pro visual. Então assim, os programadores, os desenvolvedores, os próprios requisitantes, demandantes, né? Eles voltam muito o olhar pro visual. E aí quando você pensa só por um lado, focado em um único público, automaticamente você está dificultando ou excluindo as outras variações. E hoje a gente tem que entender que há uma diversidade imensa de situações que tem que ser contempladas na construção de um ambiente em se pensando que todo esse público pode ser um potencial consumidor dessa informação. Eu vejo que tem vários fatores aí envolvidos, mas entendo que o principal é essa cultura de construir os ambientes em prol de um único público de visão da diversidade de potenciais e usuários, né? Ou clientes ou demandantes em cima dessa informação.
Ewa: Na sua opinião, as empresas estão cientes da importância da acessibilidade digital para pessoas com deficiências visuais? Que medidas elas podem adotar para tornar suas plataformas mais acessíveis e proporcionar uma boa experiência para pessoas com deficiências visuais?
Clairton: Pela minha experiência enquanto usuário, fica claro que as empresas não estão cientes desse público, não constroem seus ambientes. Observando a particularidade do deficiente visual, não só do deficiente visual, de outras deficiências ou de outras dificuldades de acesso. Então, os empresários não têm noção da dificuldade que a gente, enquanto usuário com uma deficiência, tem ao navegar numa página ou num ambiente que não é pensado para nós. Eu tenho plena certeza que os empresários não têm essa consciência.
Quanto às medidas que as empresas podem adotar, eu entendo que basicamente é construir uma experiência do usuário ampla. A gente tem conceitos que devem ser aplicados na hora de desenvolver ambientes web e apps ligados à experiência do usuário, combinado com o desenho universal, com desenho acessível, com os conceitos de acessibilidade… E aqui é importante ficar claro que esses conceitos de acessibilidade eles não são exclusivamente para cegos, para navegação com leitor de tela. A gente tem que pensar na pessoa que é autista e na pessoa que tem visão monocular, que tem dificuldade de mobilidade de sintonia fina. Então assim, hoje o que eu vejo: sites extremamente poluídos na sua concepção, aplicações que são voltadas exclusivamente pro visual. É aquele conceito, é pensado em quem enxerga, em quem consegue manusear o equipamento de forma ágil e ainda em alguns momentos em quem faz isso de forma rápida. Porque a gente tem processos de recarregamento de página, de atualização de frame e de derrubada de usuário de conexão com site quando a gente trabalha muitas vezes conectado ao ambiente que o time out é muito rápido, por exemplo um idoso teria dificuldade de atuar. Eu vejo meu pai, que tem setenta e três anos, ele não é cego, tem alguma dificuldade de mobilidade e de agilidade na operação. E principalmente os sites dos bancos, às vezes ele tá digitando um código de barra pra pagar, quando ele tá na metade da digitação, quando ele conclui, tá desconectado. Então, tudo é muito pensado para o público, então eu acho que essa ampliação da visão da capacidade e principalmente da construção das aplicações é extremamente importante. Hoje eu entendo que o maior fator é cultural. O maior problema hoje é cultural. A gente precisa estabelecer uma cultura de diversidade e tecnológica, diversidade de público, de cliente, vocês empresários precisam pensar de forma diversa, que o público de vocês não é só essa pessoa que não tem deficiência, que tá na faixa de dezesseis a sessenta anos têm acesso pleno a tecnologia. Então o Brasil é muito grande pra gente fechar só nesse público.
Ewa: A acessibilidade digital desempenha um papel fundamental na vida das pessoas com deficiências visuais, seja no acesso à informação, oportunidades de trabalho ou até mesmo interações sociais. Para você, de que forma tecnologias como a da EqualWeb impactam na autonomia de navegação na web?
Clairton: Sem dúvida, a acessibilidade digital oportuniza, especialmente a nós deficientes visuais, uma condição de trabalho, de lazer, de acesso ao mundo digital e acesso até a situações que, se não houvesse essa digitalização dos ambientes, a gente não teria. Então assim, hoje, no meu ambiente de trabalho, se não fossem essas tecnologias, eu não conseguiria trabalhar com a autonomia que eu trabalho hoje. Então, eu consigo trabalhar com 100% de autonomia. E tecnologias como especialmente como a da EqualWeb, elas vêm para facilitar e para tornar essa experiência nossa muito mais palatável, muito mais fácil de executar, muito mais simples e principalmente mais acessível, porque ferramentas como a da EqualWeb, elas pegam uma condição de inacessibilidade, de falta de acessibilidade em uma plataforma, em um ambiente e torna essa plataforma de forma séria e rápida, acessível. Então assim, essa ferramenta, especialmente essa ferramenta da EqualWeb, ela é de tirar o chapéu, digna de aplausos por nós deficientes. Então assim, elas tornam a nossa vida bem mais simples no uso desses ambientes.
Ewa: Falando sobre acessibilidade e fidelização do consumidor com deficiência, em algumas das suas palestras, você destaca que a acessibilidade é uma condição para se tornar cliente de uma marca. Então, conta para a gente: como a falta de acessibilidade digital afeta sua experiência de consumo e como influencia sua escolha de compra e fidelidade a uma marca?
Clairton: Nas palestras que eu ministro, eu sou extremamente enfático nessa questão de fidelização do cliente. E, veja, a falta de acessibilidade hoje, pra mim, enquanto consumidor é condição para eu fidelizar ou não uma marca, ou até mesmo ingressar numa marca. Então, tem algumas marcas que eu não uso, não compro e não recomendo, justamente pela falta de acessibilidade da plataforma. Então essas empresas são divididas no nosso mundo, mundo de deficientes visuais, de cegos, de usuários de leitor de tela… Elas são divididas entre as que a gente compra e as que a gente não compra. As que a gente compra, porque são acessíveis. E, digo para vocês que muitas vezes eu compro sabendo que eu estou pagando um pouco mais caro pelo mesmo produto, mas eu compro na plataforma que é acessível, usando ferramentas de acessibilidade, porque, muitas vezes, na plataforma que tem baixo nível de acessibilidade, a gente até consegue fazer a compra, mas pelo tempo que eu levo para fazer essa compra, não vale a pena. Eu dou um exemplo para vocês: tem uma plataforma de aquisição de cápsulas de café que eu não compro, porque não é acessível. Eu compro uma vez por ano, quando eu pego uma promoção muito boa, porque eu levo de 3 a 4 horas para fechar o pedido. Eu sei que eu vou gastar uma manhã inteira para fazer um pedido de cápsula de café, que é um negócio, cá para nós, muito simples, entendeu? Então, pela falta de acessibilidade, pela baixa experiência do usuário… Aí eu trago um exemplo de uma outra empresa, que vende vinhos online. No mercado, temos duas grandes empresas que vendem vinhos online. Uma é acessível e eu compro mensalmente e a outra não é acessível. Essa que não é acessível, muitas vezes tem os produtos mais em conta, mais baratos, mas eu não compro, porque eu não consigo. Então é um divisor de águas essa condição da acessibilidade e a gente, queira ou não, se fideliza também por essas questões de experiência do usuário, especialmente em ambiente web, em plataformas de e-commerce.
Ewa: Com base na sua experiência e conhecimento, qual é a mensagem final sobre acessibilidade digital que você gostaria de passar para as empresas que ainda não oferecem recursos para pessoas com deficiência em seus sites?
Clairton: Bom, mensagem para os empresários e para as empresas que não pensam acessibilidade, eu tenho um recado muito simples: sinto muito, mas eu não compro de vocês. Não compro, porque vocês não querem me vender. A partir do momento em que eu, enquanto empresário, não penso em um público X é porque eu não tenho interesse em vender para esse público. Então é uma pena que em pleno século XXI, se aproximando aí de 2030, sinto muito se vocês não pensam na gente, a gente não pensa em vocês. Se eu não sou lembrado pelo empresário, eu não lembro da empresa dele.
Então o recado é esse: se adaptem, procurem a EqualWeb. A gente está à disposição de vocês pra trabalhar esse processo de acessibilidade, essa digitalização de plataforma, tornando as plataformas acessíveis, mas vocês precisam entender que nós somos uma massa consumidora. Cada vez mais esse público está tendo autonomia financeira e capacidade financeira. Então se você deixa a tua marca fora desse público, você está perdendo dinheiro. Não é só para ser bonito, não é uma modinha. É venda e você está perdendo venda. Se você não se adapta, você está perdendo vendas, se você não pensa na diversidade de pessoas, de clientes, teus clientes como um todo, você está perdendo vendas e perdendo dinheiro.
Então o recado que eu deixo é esse. Nós somos um público que tem condição, tem dinheiro pra gastar e a gente muitas vezes não está comprando porque a forma da venda não está atingindo a gente, não está chegando até nós. Então o meu recado é esse.
Muito obrigado, obrigado pelo convite. Um abraço a todos e a todas!
Ewa: Clairton, muito obrigada por sua participação no nosso EqualWeb Talks e por compartilhar sua perspectiva conosco. Sua vivência e dedicação à causa da acessibilidade digital são muito importantes para construirmos juntos um mundo mais inclusivo e acessível para todos. Muito obrigada!